Chegamos a terceira das três palestras
enunciadas na primeira parte desse artigo.
Por fim, apresento o caso de tremendo
sucesso que é o da “Queremos”.
Tiago Lins, fundador, descreveu a Queremos como
uma plataforma de crowdfundind (como é o caso da Benfeitoria - financiamento de projetos via doações online) só que nesse caso
ela é específica para trazer artistas que não viriam tocar no Rio de Janeiro.
Na verdade, ele e o grupo fundador do
Queremos nunca imaginou que havia tanta demanda para esse segmento de negócios.
Tudo começou a banda White Snow veio tocar em São Paulo, mas não no Rio. Então
Tiago se reuniu com um grande grupo de fãs, ligou para um site de compras
coletivas (que ele não citou) para propor a abertura do crowdfunding, mas o
site recusou a proposta, dizendo que não era comercialmente viável realizar a
transação.
Assim, fundaram o ‘Queremos’ e conseguiram,
através de crowndfunding, reunir a verba necessária para realizar o show da
banda no Rio.
A seguir, o site ficou dois anos
focando no mesmo nicho de bandas que o White Snow e, consequentemente, no mesmo
público-alvo, colocando o nome de todos os que colaboraram para trazer as
bandas em baners impressos nos shows.
Segunda
fase do Queremos
Agora é a vez das bandas se mobilizarem
juntamente com seus fãs. É que qualquer banda no Brasil ou no exterior vai
poder usar a plataforma para levantar fundos e tocar em um determinado local.
Para obter sucesso, a banda vai
depender da promoção que for feita e de como vai engajar fãs suficientes para que eles invistam no projeto de show de suas bandas preferidas.
Para tanto, a plataforma continua com o
mesmo nome no Brasil e está recebendo um nome em inglês para o mercado norte-americano. O objetivo é se tornar um verdadeiro “marketplace” de artistas e produtores.
Foi Tiago mesmo quem levantou uma questão fundamental: isso
vai funcionar para grandes shows ou apenas para shows mais segmentados? E
respondeu dizendo que a Lady Gaga abriu 90 mil ingressos para o show no Rio
(Nov/2012) e só vendeu 17 mil. Se tivessem usado a plataforma, poderiam
provavelmente ter dimensionado melhor a quantidade de público e o valor
unitário do ingresso.
Qual
problema você quer resolver?
O subtítulo acima foi uma boa pergunta
que Tiago fez. Todo empreendimento tem de ter uma proposição de valor que
responda a pergunta: Qual problema você quer resolver?
No caso dele, a proposta da nova fase
da plataforma Queremos é ajudar a gerir casas de show para minimizar riscos de
prejuízos em shows. E ele completou: a gente nunca pensou nisso quando
decidiu trazer o show do White Snow para o Rio…
As demandas existem. As vezes estão na
cara da gente e não conseguimos ver, e muitas vezes elas estão ocultas e só
aparecem através do processo de tentativa, erro e acerto.
No próximo post vou colocar a dica de três oportunidades/tendências de mercado inexploradas dadas pelos palestrantes.