Planejar é para pequeno?

O pequeno empreendedor pode se dar ao luxo de planejar? A realidade das pequenas empresas, na grande maioria dos casos, é essa: quem planeja na maioria das vezes é quem executa, quem vende, quem até faz limpeza, etc.

Como um pequeno empresário pode planejar, se está sempre ocupado "fazendo" o seu "fazer" diário?

Ou, como dizem, “facejando” o seu negócio. Como ele, também, pode pensar em planejamento de marketing se está sempre recebendo dos clientes “amanhã para pagar ontem” (falta de capital de giro, planejamento tributário, etc)?

Como o pequeno empreendedor ou profissional liberal pode planejar ou treinar sua equipe se está atendendo um cliente atrás do outro?

Em primeiro lugar, admitir que podemos ser ajudados já é um bom começo. O blog Saia do lugar diz que:

“O empreendedor de sucesso é confiante nas suas habilidades;
mas não muito arrogante para saber onde ele(a) não tem as habilidades necessárias” (
www.saiadolugar.com.br/2009/03/24/dica-diaria-ao-empreendedor-12-nao-hesite-em-pedir-ajuda).

A dica do Saia do lugar é que o empreendedor saiba formar um networking de pessoas que podem aconselhá-lo, ajudando a planejar ou pensar o seu negócio.

Uma boa fonte de ajuda é o grupo de discussão, do qual participo, Empreendedor BR (//br.groups.yahoo.com/group/empreendedorBR). O grupo troca informações e ajuda em diversas especialidades de negócios como contabilidade, exportação, marketing, administração, gestão de pessoas, etc.

Em segundo lugar, saber usar a tecnologia a seu favor via fazer diferença na hora de planejar. Existem várias ferramentas online (gratuitas) disponibilizadas na web. Duas delas são:

- Google Alertas (www.google.com/alerts?hl=pt-BR) – A dica é do site Bizrevolution (http://www.bizrevolution.com.br/) e trata-se de um serviço de clipping que envia um e-mail com o que de mais relevante foi publicado na internet sobre um determinado termo que você cadastrou.

Como qualquer processo de planejamento deve ser realizado em cima de uma forte pesquisa prévia, essa ferramenta vai prover o empreendedor com uma quantidade de dados e informações necessárias para pensar o seu negócio diante da realidade de mercado, das necessidades e desejos de seu público-alvo, e de como seus recursos (sempre limitados) podem ser aplicados para maximizar os resultados, aproveitando cada centavo utilizado da melhor maneira possível.

- Se você não usa o Twitter, entre imediatamente. Se você já usa, use com mais eficiência. Nesse caso, a dica é do blog Papo de Empreendedor (//empresas.globo.com/Empresasenegocios/0,19125,ERA1703102-2884,00.html).

O blog indica a ferramenta FollowFormation (www.followformation.com/) que permite ao usuário cadastrar seu endereço no Twitter e seus interesses, sendo listada a seguir uma relação de páginas no Twitter relacionados aos seus interesses.

Dessa forma, além de você poder pesquisar e seguir pessoas e empresas dentro dos seus temas de interesse, outros twiteiros com os mesmos interesses que utilizarem o FollowFormation podem passar a te seguir.

Existem várias outras maneiras de pesquisar e se abastecer de informações. No entanto, essas duas já são suficientes para começar sem, com isso, atrapalhar as suas milhões de atividades do dia-a-dia empreendedor.

Aquelas que fazem o trabalho e aquelas que ficam com o crédito

Recebi um boletim com a seguinte frase proferida por Indira Ghandi: “Há dois tipos de pessoas. Aquelas que fazem o trabalho e aquelas que ficam com o crédito. Tente sempre estar no primeiro grupo: há menos competição por lá”!

Vou confessar que essa mensagem mexeu comigo até deixando-me levemente irritado. Será que tem de ser assim? Quem não fez o trabalho levar o crédito no lugar de quem o fez?

Se essa é uma regra da vida, como podemos reverter essa situação?

Acredito que uma boa dosagem de marketing pessoal pode ser a solução. Vale dizer que o marketing pessoal, ao contrário do que vulgarmente se pensa, não é fazer uma tarefa e então propalar que a fez ou, também, cuidar de sua imagem vestindo roupas da moda e etc. É muito mais que isso.

É pensar sua carreira e imagem de forma estratégica através de um plano de marketing integrado e de sucesso:

- pesquisar e planejar quem é seu público-alvo,

- que imagem você deve projetar,

- quais recursos deve conquistar,

- quais ações realizar e quais objetivos e metas atingir.


Vou dizer que comigo funciona aquela máxima: “casa de ferreiro, espeto de pau”.

Apesar de muitas vezes deixar de aplicar ao meu caso os preceitos e ferramentas de marketing pessoal, sei que essa matéria é fundamental em tempos de tanta gente concorrendo a tudo no mercado.

Resumidamente, a melhor conceituação de marketing pessoal que já vi foi representada pelo gráfico abaixo, extraído do livro Marketing Pessoal: Manual básico (Lucia De Biase Bidart).


SER

Quem você é e o que gosta
  • Quais habilidades você tem
  • Quais são seus pontos fortes e fracos
  • Quais são meus valores

O artigo Personal Marketing Statements Help You Get Hired (http://www.your-career-change.com/personal-marketing.html) traz dicas de como escrever uma sentença que traduza o seu “SER”. Essa sentença deve dizer quem você é, o que faz e o que a outra pessoa ganha ao lhe contratar. A sentença deve durar no máximo 30 segundos e ser a resposta às seguintes questões:

  • Quem sou
  • O que faço
  • O que tenho feito
  • O que posso fazer
  • Meus pontos fortes


PARECER

  • Qual deve ser a sua aparência (cabelo, roupas, acessórios, objetos que porta, etc)
  • Qual comportamento é condizente com a imagem que você quer passar?
  • Quais atividades devo executar (complementares a sua atividade principal) para reforçar a imagem que desejo passar?

APARECER

  • Onde devo estar/freqüentar para ser estar em contato com meu público-alvo?
  • Que tipos de evento devo freqüentar?
  • Devo ter e como deve ser meu site pessoal?
  • Como deve ser meu perfil nos sites de relacionamento (Orkut, Facebook, Twitter, etc) e de quais comunidades de discussão devo participar?
  • Devo escrever artigos ou livros, fazer vídeos e postar no You Tube
  • Devo divulgar para meus contatos reportagens em que fui citado, prêmios que recebi, atividades que estou realizando, etc.?

BÔNUS 1:

Se você tem ou pretende ter uma carreira então você já pode se considerar um empreendedor da sua carreira. Brian Clark, do blog www.copyblogger.com, relacionou os 5 componentes críticos do novo empreendedor:

  • Crie (Não concorra)
  • Lidere (Não gerencie)
  • Comunique-se (Não seja envergonhado)
  • Automatize (Não duplique)
  • Acelere (Don’t Stand Still)

Os 5 fatores acima são melhor examinados em How to Become an Entrepreneur (“Como se tornar um empreendedor”) que tem 31 páginas e é grátis: http://www.copyblogger.com/creative-entrepreneur/

BÔNUS 2: Teste de personalidade em inglês (http://www.your-career-change.com/personality-type.html)


Como qualquer pessoa, tenho defeitos. Mas também tenho acertos.

Pelo menos um deles que posso afirmar é a capacidade de tentar sempre aprender com tudo o que tenho contato.

Pode parecer auto-ajuda, no entanto, sempre podemos extrair algo de aprendizado de tudo o que nos cerca.

Por isso, em uma carta de vendas na internet de um sistema de “ganhar dinheiro” automatizado, extraí a idéia desse post. A carta trazia uma série de vantagens do que você ganharia e o que você deixaria de ter de fazer (por deixar de ser funcionário de uma empresa), entrando nesse sistema.

No entanto, a realidade pode ser bem diferente do que esses sistemas de “fazer dinheiro já” prometem. E que não deixam de se também mitos disseminados pelo senso comum, os quais na verdade podem ser desastrosamente enganadores.

Então, veja os pensamentos e mitos que são “vendidos” aos empreendedores e como encerá-los por um prisma mais realista. As análises que faço para cada mito são baseadas no que venho observando em anos de atendimento a pequenas empresas e profissionais autônomos.

Se você conhece casos que sustentam os mitos abaixo, compartilhe conosco!


MITOS "EU NÃO QUERO"

"Eu não Quero" nº 1: "Eu não quero um patrão dizendo o que devo fazer”.

O seu patrão vai passar a a se chamar Mercado. E ele pode ser muito cruel. Os clientes serão seus patrões. E eles querem ser muito mimados e que tudo seja feito ao seu gosto. Por coincidência, recebi um boletim hoje com a seguinte frase de Sam Walton, o criador do Wal-Mart: “Clientes podem demitir todos de uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em algum outro lugar”.

"Eu Não Quero nº2: “Eu não quero acordar com barulho de um despertador”.

Você vai ter que acordar antes do alarme tocar. Serão tantos itens para resolver que sua cabeça já estará a mil antes das 6 horas.

"Eu Não Quero" nº3: “Eu não quero ter que viajar mais e ficar horas no tráfego”.

Você vai ver que as horas de tráfego se transformarão em um sem hora para reclamações e intromissões da sua família e de clientes dentro de sua casa, ou pela internet, telefone, etc. O tráfego ou as viagens de negócios poderão se transformar em sua total disponibilidade para os clientes, onde e quando eles quiserem.

"Eu Não Quero" nº4: “Eu não quero gastar mais tempo longe da minha família”.

Se você tiver o privilégio de trabalhar em casa ou que seu negócio seja próximo de casa, apesar da internet, você vai terá que fazer muitas visitas para captação e atendimentos de clientes.

"Eu Não Quero" nº5: “Eu não quero me preocupar com despesas”.

A menos que seu tipo de negócios seja executado sem a necessidade de qualquer espécie de ferramental, mesmo assim você vai precisar fazer cartões de visita e materiais de marketing, ter um telefone, captar clientes, e outras despesas mínimas para fazer um negócio dar certo.

Geralmente o empreendedor põe negócio do próprio bolso ou adquire um empréstimo bancário. E essa é uma despesa, para quem quer crescer, a que muitos recorrem.

"Eu Não Quero" nº6: “Eu não quero algo que requeira treinamento ou estudo”.

Um negócio próprio necessita de muito mais do que treinamento. Ele exige estudo e desenvolvimento constante de suas capacidades, da de seus funcionários e dos seus produtos.

"Eu Não Quero" nº7: “Eu não quero gastar minha vida trabalhando para outra pessoa”.

Esse é um dos maiores motivos que leva o empreendedor a partir para um negócio próprio. Ter um negócio requer que se assuma uma grande dose de responsabilidade, mas a compensação pode ser muito maior do que ganhar dinheiro: ser dono do próprio destino e construir uma coisa que é sua.

"Eu Não Quero" nº8: “Eu não quero que me digam o que fazer”.

Cuidado. Pode ser que ninguém fale mesmo o que você tem de fazer. E é aí que mora o perigo. Mais do que nunca, você tem de estar com todos os seus “sensores” ligados em tudo o que acontece no mercado nacional e internacional, nos movimentos da concorrência direta e indireta, no que seus clientes pensam,

"Eu Não Quero" nº9: “Eu não quero que me digam quantos dias posso ter de férias”.

Desconheço (por favor, quem souber me corrija) um negócio que o dono pode tirar férias antes dos cinco primeiros anos. E em muitos casos, os proprietários não conseguem parar nunca.

"Eu Não Quero" nº10: “Eu não quero gastar tempo longe da minha família”.

O nível de envolvimento e as horas de trabalho provavelmente absorverão muito da sua atenção. Até o negócio engrenar, podem ser anos de pouco tempo para a família.


MITOS "EU QUERO"

"Eu Quero" nº1: “Quero um trabalho que me dê todo o tempo livre que eu quiser”.

A vantagem de ter um negócio próprio é poder ser organizar melhor e tirar os horários de folga fora dos convencionais

"Eu Quero" nº2: “Quero um rendimento que dará a minha família mais do que nós necessitamos”.

Inicialmente, na melhor das hipóteses, você provavelmente investirá suas economias ou conseguirá um empréstimo bancário e não vai poder contar com um salário fixo no final do mês. Até conseguir ter o retorno sobre seu investimento, terá de fazer muito sacrifício.

"Eu Quero" nº3: “Quero ter a liberdade de viajar quando eu quiser”.

Não é bem assim: lembre-se que é o “olho do dono que engorda o gado”. Além disso, vai levar algum tempo (anos) até que um negócio esteja estruturado e funcione sem a sua presença.

"Eu Quero" nº4: “Quero fazer algo que eu goste e tenha prazer em fazer”.

Esse talvez seja um dos pontos altos do empreendedorismo. No quesito realização pessoal, desenvolver uma atividade que se gosta por conta própria, vai trazer o prazer

"Eu Quero" nº5: “Quero algo que seja fácil de fazer”.

Ao contrário do que se possa pensar, no atual nível de competitividade do mercado, nenhum negócio é fácil de fazer, desenvolver ou o famoso “ganhar dinheiro fácil”. Pelo que vejo e estudo, ganhar dinheiro sem investimento de dinheiro ou trabalho anteriores, só pelas vias ilegais.

"Eu Quero" nº6: “Quero trabalhar apenas algumas horas por dia”.

Mentira. Você vai ter que trabalhar mais horas do que quando era funcionário. Desenvolver um negócio próprio requer muita determinação e envolvimento em tempo integral.

"Eu Quero" nº7: “Quero ser capaz de fazer dinheiro com um negócio, mesmo que eu continue empregado em uma empresa”.

Até o sistema de franquias exige envolvimento do empresário no local do negócio, pelo menos, no primeiro ano. É claro que ele dá a liberdade de você continuar como funcionário de uma empresa, mas você vai precisar de um sócio ou de uma pessoa de confiança para tocar o negócio. Até que as coisas andem por si só, muitos detalhes têm de ser acertados, além do que lidar com o ser humano na forma de funcionários é um fator altamente complexo. O que vejo de lojas franqueadas com mau atendimento (apesar de haver treinamento) só por causa da falta de presença do dono.

"Eu Quero" nº8: “Quero (e necessito) fazer dinheiro agora: Já!”

Mesmo franquias onde o empresário tem de investir de 35 a 200 mil reais, têm uma média de retorno do capital em no mínimo 6 meses. E isso, no caso de negócios que já foram testados, desenvolvidos e entregam uma fórmula semi-pronta para o empreendedor. Imagine em um negócio próprio?

Toda regra carrega em si a qualidade da exceção. Se você conhece algum caso que vai contra o que disse, comente! Vamos compartilhar o conhecimento empreendedor!
top