ATENÇÃO: 

Artigo escrito em 2011 e publicado em 18/fev/2020. Alguns links das reportagens mencionadas nem existem mais. Então, veja se esse artigo antecipava-se ao ano de 2020.





Como o sol se põe em Bangladesh? 

Caótico. É assim que o sol se põe na capital de Bangladesh. Imagine milhares de pessoas se amontoando nas ruas com carros, carroças, táxis de empurradores, moto, bicicletas e toda a sorte de meio de transporte motorizado ou não!

Usei esse exemplo como uma metáfora para representar o nosso dia-a-dia hiper-comunicado do século 21. Os meios e veículos de comunicação não param de gerar informação e somos assolados por essa hecatombe desinformacional diária.

Meu cérebro convulso, apoplético e absolutamente atormentado ainda não conseguiu sentir-compreender-amotinar uma saída razoável para o constante de contradições de uma era hiper-comunicada.


O brilhante livro O marketing na era do nexo¹, de Walter Longo e Zé Luis Tavares, traz essa incrível afirmativa:

“Será que estamos mesmo conectados, ou somente transferindo impulsos desprovidos de sentido e conteúdo, demonstrando que estamos apenas alerta, que sua mensagem foi recebida com sucesso?”

Nós, produtores e consumidores de mídia, estamos convulsionando informações, vomitando o que não é possível digerir.

Assim, quando começo a formar um nexo sobre questões que preciso resolver criativamente, vem-me outra avalanche e me arrasta para outro lado e assim ad infinitum ...



Cultura da Convergência


Um dos meus livros de cabeceira, Cultura da Convergência², de Henry Jenkins, que trata de toda essa revolução informacional a que estamos sendo expostos, analisa o sucesso dos realities shows, das estórias paralelas criadas pelos fãs de Guerra nas Estrelas e Harry Potter, e como as pessoas se envolvem e criam conteúdo em torno desses sucessos de mídia, exponenciando a divulgação de forma viral.

Mas me permito discordar de Jenkins quando ele fala que (...)“As restrições de interatividade são tecnológicas. Em quase todos os casos, o que se pode fazer num ambiente interativo é determinado previamente pelo designer”.

As restrições à interatividade com conteúdos são humanas. Somos limitados e todos temos uma capacidade finita de acumular informações e conhecimento.

Por isso, ainda acredito que o pensamento estratégico é o que sempre ‘ganha corridas’. Longo e Tavares dizem: “(...) não tenha medo de ‘perder tempo pensando’. Na nova ordem econômica mundial que se aproxima, pior do que ficar para trás será acelerar sem nexo, no sentido errado”.



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Qual o próximo passo: ou vai ficar menos complicado? 

Basicamente, em termos de hiper-informação, dois questionamentos são fundamentais:

  • Qual tipo de informação preciso para resolver meu problema? 
  • Onde encontrá-la (como encontrá-la e quais fontes são confiáveis)?

O site WIKIMEDIA(*), uma espécie de enciclopédia wiki de novas mídias, fala com propriedade que “a convergência revolucionou e criou muitas novas tecnologias, mas nenhuma é tão visível quanto a telefonia móvel”. 

(*) À época, o endereço do WIKIMEDIA era http://wiki.media-culture.org.au. Esse endereço não existe mais e aparece o aviso de página que pode invadir o seu computador ... O atual Wikimedia está no endereço: 

https://www.wikimedia.org/).

Está ficando cada vez mais evidente que tudo caminha para os nossos aparelhos celulares. Julius Wiedemann³, na revista Wide (dirigida para os profissionais de comunicação e marketing), demonstra a força dos aparelhos celulares:

“O telefone celular é, segundo uma pesquisa da Nokia, uma das três coisas mais importantes que carregamos todos os dias, juntamente com as chaves de casa e dinheiro. Segundo a pesquisa, o telefone é que nos dá a sensação de segurança e de estarmos conectados ao mundo. Estamos com ele todos os dias e todas as horas... O futuro da internet está na mobilidade e numa recriação de como interagimos com conteúdo, com pessoas e com tudo o que está à nossa volta. Fiz um teste com alguns amigos e perguntei sem qual das três coisas eles, impreterivelmente, não sairiam para a rua: a resposta foi sempre o celular".

O que podemos fazer hoje com um aparelho de telefonia móvel e as possibilidades de agrupamento de novas tecnologias são incomensuráveis: o desaparecimento de cartões de débito/crédito e chaves substituídos pelo celular não estão longe de acontecer!


Tudo o que precisamos ter e saber vai estar em nossas mãos. 

Um jornalista da Wired (www.wired.com) disse: "É claro que, após dez anos usando um telefone celular, o único número de telefone que me lembro é o meu e, mesmo assim, de uma forma meio nebulosa".

E você: até onde vai sem o seu celular?


Fontes bibliográficas


¹ O marketing na era do nexo - Walter Longo e Zé Luis Tavares - Best Seller / 2009

² Cultura da Convergência - Henry Jenkins - Editora Aleph / 2009

³ Julius Wiedemann – "Os blocos pré-moldados e a democratização da informação" – Revista Wide / jan-fev-2011 


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